Malala Yousafzai

Eu me lembro de Malala quando menina... a notícia sobre o atentado que sofreu em 2012 percorreu o
mundo. Quiseram calar essa menina forte e decidida porquê ela lutava, e luta, pelo direito das meninas poderem estudar. Eu assisti a história dela outro dia, na Discovery, mas na época, eu me lembro quando ela recebeu o Nobel da Paz. Sim, um reconhecimento internacional desse calibre aos 17 anos.

Incrível que quando ela tinha uns 11, 12 anos, ela escrevia para a BBC, contando como era o cotidiano durante a ocupação do talibã. Ela escrevia um blog sob um pseudônimo. O que me faz parar e pensar é o uso político que se dá ao blog, principalmente no exterior. Durante a primavera árabe (me refiro aos protestos), os blogs foram - e são usados - com fins políticos. O blog é uma arma política, não apenas entretenimento. Eu estou escrevendo isso, sendo que tenho um blog de esmaltes que eu mantenho por manter mesmo, for fun. Muitas coisas mudaram desde o lançamento daquele blog, o que me fez abrir outros blogs, espalhar outras ideias e depois seguir mudando aqui e acolá.

A luta de Malala continua. Nestes países com forte ascendência religiosa e patriarcal, não há interesse em que meninas e mulheres estudem, se aprimorem, se formem em alguma profissão. Essa espécie de regime opressor impõe à mulher o papel de mãe e dona de casa, sem poder instruir-se melhor, sem que ela possa questionar se é esse papel mesmo que ela quer desempenhar na sua vida. Veja que o problema não é ser dona de casa ou mãe, o problema é impor este papel como se fosse o único, como se a mulher não tivesse nenhuma outra função.

Essa é uma forma maldosa e eficaz de manter as mulheres sob o cabresto religioso, machista e patriarcal. Uma forma cruel de manter as mulheres e meninas por baixo, sempre prontas a obedecer, a concordar, a ceder. A sua vontade é sistematicamente ignorada, e isso acaba levando à mulheres apagadas ou revoltadas mesmo, com baixa auto-estima, sem poderem se defender.

A luta de Malala segue ... nem sequer imagino o que seria ficar sem ir à escola, estudar, aprender, questionar, desenvolver o intelecto. Malala já discursou até na ONU. Ela me impressiona com sua pouca idade e muita maturidade.... quando eu penso nas muitas meninas e adolescentes aqui no Brasil e mundo afora, que ignoram o valor dos estudos, dos questionamentos, quando muitas aqui mesmo, no Brasil, mal sabem o que é feminismo e ainda se portam segundo padrões pré-estabelecidos, sejam eles de beleza ou comportamento... Um mundo e tantas nuances...

Deixo o link para conhecer mais sobre The Malala Fund.